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90. Configuração do Sistema Geral

90.1 Teclado

Primeiramente vamos configurar o teclado. Caso esta etapa não seja executada durante a instalação ou caso o teclado seja alterado, deve-se:

  • escolher uma tabela de teclado adequada em /usr/lib/kbd/keytables/, como por exemplo, it.map exclusivo do teclado italiano;
  • editar o arquivo /etc/sysconfig/keyboard para o seguinte: KEYTABLE="/usr/lib/kbd/keytables/it.map";
  • para configurar o teclado deve-se repetir o índice e o tempo de espera, devendo-se acrescentar a seguinte linha ao /etc/rc.d/rc.sysinit ou, caso se utilize a distribuição Caldera, ao arquivo /etc/rc.d/rc.boot:
    /sbin/kbdrate -s -r 16 -d 500        
    

Na próxima reinicialização do sistema, o teclado deverá funcionar corretamente. Para evitar todo o processo de reinicializar o sistema para carregar somente a tabela de teclado, deve-se ir para /etc/rc.d/init.d e executar o comando ./keytable start.

90.2 Questões Sobre o Kernel

Na minha opinião, a primeira coisa a se fazer na personalização de um sistema Linux é construir um kernel que melhor se adapte ao sistema disponível. É muito simples fazê-lo, mas de qualquer maneira, sugerimos a leitura atenta do arquivo README em /usr/src/linux/ ou do documento COMO FAZER Kernel.

Algumas sugestões:

  • as necessidades devem ser cuidadosamente consideradas. A escolha de uma configuração de kernel, a aplicação das atualizações e a compilação são definitivamente mais produtivas que uma reconfiguração e recompilação a cada mês. Isto é especialmente verdadeiro se a máquina Linux for um servidor. Não se deve esquecer de incluir o suporte para todos os hardwares que possam ser acrescentados futuramente (por exemplo SCSI, Zip, placas de rede, etc.);
  • se o PC é baseado em uma CPU Cyrix, devem ser aplicadas as atualizações apropriadas para melhorar o seu desempenho. Maiores informações podem ser encontradas em http://www.linuxhq.com/patch/20-p0591.html ;
  • usuários de portáteis podem melhorar o seu sistema de legibilidade da tela LCD aplicando a atualização que faz com que ela não pisque. A versão mais recente é chamada noblink-X.X.tar.gz e está disponível em ftp://metalab.unc.edu/pub/Linux/kernel/patches/console . O pacote deve ser instalado e acrescentado ao arquivo de /etc/profile, no formato da seguinte linha:
    /usr/local/bin/cursor bgverde  # ou outra cor
    
  • os usuários de portáteis que planejem usar um modem/fax PCMCIA não devem compilar o suporte serial como um módulo, e sim compilá-lo no kernel, caso contrário o modem PCMCIA não funcionará;
  • o Linux não acessará a placa de som a menos que ela seja adequadamente configurada. Na maioria dos casos é simples, mas é preciso habilitar todas as opções (não esquecendo dos arquivos /dev/dsp e /dev/sound);
  • aquelas incômodas mensagens geradas pelo programa modprobe, indicando que alguns módulos não podem ser localizados, significam que o arquivo /etc/conf.modules necessita de ajustes. Caso não se necessite dos módulos ipx e appletalk, devem ser acrescentadas as seguintes linhas:
    alias net-pf-4 off
    alias net-pf-5 off
    
  • para economizar tempo da próxima vez que se configurar e recompilar o kernel é uma boa idéia salvar sua configuração num arquivo e guardá-lo num lugar seguro.

90.3 Travamento do sendmail

Em alguns sistemas o sendmail pode travar a máquina durante a inicialização.

Ajuste rápido: Certifique-se que o arquivo /etc/hosts contém uma linha com o seguinte conteúdo:

127.0.0.1 localhost

Deve ser verificada também a Seção Nome da Máquina.

90.4 Desempenho do Disco rígido

O desempenho do disco rígido pode ser imensamente incrementado através do uso cuidadoso do hdparm(8). Caso a sua distribuição Linux não o inclua, ele pode ser encontrado em ftp://metalab.unc.edu/pub/Linux/system/hardware onde se deve procurar por um arquivo chamado hdparm-X.Y.tar.gz.

Infelizmente não é possível fornecer uma receita geral, uma vez que muitos detalhes dependem das especificações do disco rígido e de sua controladora. Uma vez que há o risco de se perder o sistema de arquivos, por favor leia a página do manual cuidadosamente antes de usar algumas das opções daquele programa. A forma mais simples é acrescentar a seguinte linha ao arquivo /etc/rc.d/rc.sysinit:

/sbin/hdparm -c1 /dev/hda  # assumido o primeiro dispositivo 

a qual habilita o suporte (E)IDE 32 bits de entrada e saída. Quanto à opção `-m', o autor Mark Lord enviou-nos a seguinte mensagem:

(...) se seu sistema usa componentes desenvolvidos nos últimos dois anos (após 1996), tudo bem. Naqueles mais antigos, podem haver alguns problemas (improváveis). Os chips defeituosos são CMD0646 e RZ1000, usados "extensivamente" nos 486 e nas placas mãe dos (primeiros) 586 há cerca de 2 ou 3 anos atrás.

90.5 Dispositivo Zip de Porta Paralela

Para usar a versão de porta paralela do dispositivo Zip, pode-se executar o programa controlador de dispositivos padrão que vem com os kernels mais recentes (2.x.x). Durante a configuração do kernel, certifique-se que o suporte a SCSI e o suporte de disco SCSI estão habilitados (tanto no kernel como via módulo). Deve-se atentar que podem haver conflitos entre a impressora e o dispositivo Zip caso esteja na mesma porta paralela.

Os discos Zip são vendidos pré formatados como se fossem a partição /dev/sda4. Para habilitar a unidade Zip, devem ser executados os seguintes comandos:

#~ chmod 666 /dev/sda4  # todos podem acessar o dispositivo Zip
#~ insmod ppa

sendo que o Zip pode ser montado da forma usual (incluindo-se uma linha em /etc/rc.d/rc.sysinit). Pode-se também acessar o dispositivo Zip através do mtools, acrescentando a seguinte linha ao arquivo /etc/mtools.conf:

drive z: file="/dev/sda4" exclusive

Há ainda um programa de controle ppa melhor que o padrão disponibilizado pelo sistema. Ele pode ser obtido em http://www.torque.net/~campbell .

90.6 Programa de Controle de Dispositivos

Dispositivos em /dev (ou melhor, ligações para os programas de controle de dispositivos reais) podem não estar presentes. Verifique quais os dispositivos que correspondem ao mouse, modem e CD-ROM, devendo então serem executados os seguintes comandos:

~# cd /dev
/dev# ln -s /dev/cua0 mouse
/dev# ln -s /dev/cua1 modem
/dev# ln -s /dev/hdb cdrom

e, caso se queira compartilhar estes dispositivos entre todos os usuários, deve-se executar o comando chmod 666 para estes dispositivos (não nas ligações, mas sim nos dispositivos reais!). Em alguns portáteis o dispositivo do mouse é /dev/psaux, o que deve ser levado em consideração quando se estiver configurando o X11.

Além disso, pode-se tornar a unidade de disquete acessível aos usuários que não tenham privilégios de superusuário através do comando chmod 666 /dev/fd*. Isto pode trazer alguns problemas de segurança em sistemas utilizados por diversos usuários.

90.7 Mensagens de Inicialização

Caso se queira personalizar as mensagens de inicialização, deve-se verificar se o programa /etc/rc.d/rc.local atualiza os arquivos /etc/issue e /etc/motd. Caso este seja o caso, basta usar o editor de preferência nestes últimos.

90.8 Nome da máquina

Somente utilizar o comando hostname novo_nome pode não ser o suficiente. Para evitar o temido travamento do sendmail, devem ser seguidos os seguintes passos:

  • editar o arquivo /etc/sysconfig/network e mudar o nome da máquina (por exemplo novo_nome.domínio_local);
  • editar o arquivo /etc/HOSTNAME adequadamente;
  • anexar o novo nome da máquina na linha /etc/hosts:
    127.0.0.1    localhost novo_nome.domínio_local 
    

90.9 Mouse

Os serviços de mouse disponibilizados pelo gpm são úteis para desempenhar o corte e a colagem de texto no modo tty e no uso do mouse em certos aplicativos. Deve-se verificar se há um arquivo chamado /etc/sysconfig/mouse onde se lê:

MOUSETYPE="Microsoft"
XEMU3=yes

Além disso, deve-se ter o arquivo /etc/rc.d/init.d/gpm. Claro que é necessário certificar-se que esta configuração está adequada para o tipo de mouse disponível. Note-se que em alguns portáteis o MOUSETYPE é igual a ``PS/2''.

Na distribuição Caldera, tudo que se deve fazer é acrescentar a seguinte linha ao arquivo /etc/rc.d/rc.boot:

/usr/bin/gpm

90.10 Pontos de Montagem

É conveniente ter à mão os pontos de montagem para a unidade de disquetes e outros dispositivos. Pode-se fazer por exemplo o seguinte:

~# cd /mnt
/# mkdir a: ; mkdir floppy ; mkdir cdrom ; mkdir win ; mkdir zip

Isto cria pontos de montagem para uma unidade de disquete MS-DOS, uma unidade de disquete ext2, o CD-ROM, a partição DOS e o dispositivo Zip de porta paralela.

Agora deve-se editar o arquivo /etc/fstab, acrescentando-se as seguintes entradas:

/dev/fd0        /mnt/a:     msdos           user, noauto 0 1
/dev/fd0        /mnt/floppy     ext2            user, noauto 0 1
/dev/cdrom      /mnt/cdrom      iso9660 ro, user, noauto 0 1
/dev/sda4       /mnt/zip        vfat            user, noauto 0 1
/dev/hda1       /mnt/win        vfat            user, noauto 0 1

Obviamente, deve-se usar o dispositivo correto no primeiro campo. Para acessar as partições fat32, há uma atualização do kernel e das informações em http://bmrc.berkeley.edu/people/chaffee/fat32.html .

90.11 LILO(8) e LOADLIN

Muitos usuários acessam o Linux e DOS/Windows em seus PCs e querem escolher na hora da inicialização qual sistema deve ser usado. Suponhamos que /dev/hda1 contenha DOS/Windows e que /dev/hda2 contenha Linux.

Para tanto deve-se executar o seguinte:

~# fdisk
Usando /dev/hda como dispositivo padrão!

Comando (m for help): a
Número da partição (1-4): 2

Comando (m for help):w
~#

Isto torna a partição Linux inicializável. Este passo deve ser feito através do parâmetro activate, quando se estiver executando o comando QuickInst do LILO, porém não funcionou muito bem com o meu Red Hat.

Pode-se então utilizar o seguinte arquivo /etc/lilo.conf:

boot = /dev/hda2
compact
delay = 50
# message = /boot/bootmesg.txt  # a ser personalizada
root = current
image = /boot/vmlinuz  # inicializa o linux por padrão 
  label = linux
other = /dev/hda1
  table = /dev/hda
  label = dos

Deve-se então executar o /sbin/lilo e tudo estará pronto. Sendo o lilo uma parte crucial da instalação, aconselha-se a leitura atenta da sua documentação.

Para inicializar o Linux a partir do DOS/Windows sem as alterações acima, deve-se colocar o executável LOADLIN.EXE em um diretório da partição DOS, incluído no caminho padrão do DOS; copiar-se o kernel, digamos, para C:\DOS\VMLINUZ e então o seguinte arquivo .BAT inicializará o Linux:

rem   linux.bat
smartdrv /C
loadlin c:\dos\vmlinuz root=/dev/hda2 r

Caso se utilize o Windows 95, as propriedades deste .BAT devem ser definidas para que ele seja iniciado no modo MS-DOS.

Dica de Segurança

Deve ser feita uma cópia de segurança antes de se instalar o Linux. Pode ser usado o restorrb (incluído no pacote FIPS) antes da instalação, ou pode ser usada a unidade de disquete de salvamento Linux e editado o seguinte comando:

rescue:~# dd if=/dev/hda of=MBR bs=512 count=1

devendo serem realizadas pelo menos duas cópias do arquivo MBR para a unidade de disquetes. Caso ocorra algum problema, será possível restaurar o antigo MBR, executando-se:

rescue:~# dd if=/mnt/MBR of=/dev/hda bs=446 count=1

presumindo-se que a unidade de disquetes contenha o MBR e esteja montada sob /mnt. Alternativamente pode ser usado um disquete de salvamento DOS executando-se FDISK /MBR.

90.12 Configuração da Impressora

As distribuições Red Hat e Caldera têm uma ferramenta de configuração chamada printtool. Caso não se utilize uma destas distribuições, a configuração manual é descrita a seguir.

Suponhamos que se tenha uma impressora sem PostScript, e que se queira usá-la para imprimir textos sem tratamento (como por exemplo arquivos de fonte C) e arquivos PostScript via Ghostscript, os quais presume-se, já estejam instalados.

A definição de uma impressora requer os seguintes passos:

  • para descobrir qual é o dispositivo de impressão paralela pode-se tentar:
    ~# eco "alô, mundo" > /dev/lp0
    ~# eco "alô, mundo" > /dev/lp1
    
    anotando-se aquele que funcionar corretamente.
  • criar dois diretórios de serviços temporários de impressão, com os seguintes comandos :
    ~# cd /var/spool/lpd
    /var/spool/lpd/# mkdir raw ; mkdir postscript
    
  • caso a impressora apresente o "efeito escada" (a maioria das impressoras de jato de tinta o fazem), será necessário utilizar um filtro. Para verificar se este "efeito" está presente, deve-se imprimir duas linhas utilizando-se os seguintes comandos:
    ~# eco "primeira linha" > /dev/lp1 ; eco "segunda linha" > /dev/lp1
    
    Caso a saída apresente o seguinte formato:
    primeira linha
              segunda linha
    
    então o programa a seguir deve ser salvo como /var/spool/lpd/raw/filter:
    #!/bin/sh
    # Este filtro elimina o "efeito escada" 
    awk '{print $0, "\r"}'
    
    Para torná-lo executável deve ser executado o seguinte comando chmod 755 /var/spool/lpd/raw/filter.
  • pode-se compor um filtro para a emulação PostScript, através da confecção do seguinte conteúdo a ser salvo como /var/spool/lpd/postprograma/filter:
    #!/bin/sh
    
    DEVICE=djet500
    RESOLUTION=300x300
    PAPERSIZE=a4
    SENDEOF=
    
    nenscript -TUS -ZB -p- |
    if [ "$DEVICE" = "PostScript" ]; then
            cat -
    else
            gs -q -sDEVICE=$DEVICE \
                    -r$RESOLUTION \
                    -sPAPERSIZE=$PAPERSIZE \
                    -dNOPAUSE \
                    -dSAFER \
                    -sOutputFile=- -
    fi
    
    if [ "$SENDEOF" != "" ]; then
            printf "\004"
    fi
    
    (neste exemplo presume-se o uso de uma impressora jato de tinta HP. Para servir a outras impressoras o filtro deverá ser adequadamente ajustado).
  • finalmente, devem ser acrescentadas as seguintes entradas em /etc/printcap:
    # /etc/printcap
    lp|ps|PS|PostPrograma|djps:\
            :sd=/var/spool/lpd/postprograma:\
            :mx#0:\
            :lp=/dev/lp1:\
            :if=/var/spool/lpd/postprograma/filter:\
            :sh:
    raw:\
            :sd=/var/spool/lpd/raw:\
            :mx#0:\
            :lp=/dev/lp1:\
            :if=/var/spool/lpd/raw/filter:\
            :sh:
    

Para a impressão com uma configuração mais complexa ou exótica, o COMO FAZER Impressão deve ser lido cuidadosamente.

Caso se use o printtool, deve-se estar atento para que o GSDEVICE escolhido pela ferramenta Imprimir funcionará, mas não necessariamente da melhor maneira para a impressora. A idéia de editar um pouco o arquivo postscript.cfg; por exemplo deve ser levada em consideração. Mudamos o GSDEVICE de cdj500 para djet500 e agora a impressora funciona mais rapidamente.


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